Avenida Atlântica, Praça do Lido, Nova York,
Paris, Recife, Túnel Zuzu Angel, Avenida Ayrton Senna... as
esculturas de Marli Azeredo, ou Mazeredo, estão por toda parte. A
ponto de o RioArte, depois de alguma pressão da comunidade das
artes plásticas, ter criado uma comissão para decidir o que pode e
o que não pode enfeitar as ruas da cidade. Em seu ateliê na Tijuca
— que lembra um barracão de escola de samba — a escultora louva a
criação da comissão, enquanto fala de seus projetos para o futuro,
no Brasil e no exterior.
— É ótimo que se avalie o que pode ser
instalado nas ruas e praças da cidade — diz. — Sabe que eu talvez
vá para Atenas? Meus trabalhos inspirados em esportes podem me
levar até lá.
A enxurrada de esculturas de Mazeredo pelo
Rio — e, mais tarde, por várias outras cidades — começou em 1992,
quando ela foi convidada a criar o símbolo do Fórum Global, feirão
multicultural e étnico no Aterro do Flamengo, que era parte da
conferência Rio-92. Desde então, vive sendo chamada para
apresentar outros trabalhos em público, como as esculturas em
homenagem a Ayrton Senna, Zuzu Angel e a estudante Ana Carolina,
morta na saída do Túnel Santa Bárbara em 1998.
Bernardo
Araujo_Jornal O Globo
16/6/2004
Mazeredo já chegou num nível de alta temperatura
intelectual. É um prazer, e digo até uma glória, ver numa praça
pública de São Paulo, as atuais obras que a artista
expõe, tratando agora de um jogo
interativo, valorizando a presença do esporte na vida
pública.
Radha Abramo_Historiadora e
Crítica de Arte
9/2004