Di Cavalcanti
VIDA
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Pintor brasileiro, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque
Melo, conhecido pelo nome artístico
de Di Cavalcanti, nasceu a 6
de setembro de 1897 no Rio de Janeiro, RJ. Começou sua carreira artística
em 1916 ao publicar charges políticas na revista Fonfon.
No mesmo ano expôs no Salão dos Humoristas uma série de ilustrações
sobre a "Balada do Cárcere de Reading", de Oscar Wilde.
Começa a pintar em
1917 sob a influência do art nouveau. Em 1921 transfere-se para
São Paulo, participando como um dos principais componentes da Semana de
Arte Moderna de 1922, expondo no hall do Teatro Municipal de São
Paulo.
Em 1923 viaja para
Paris, de onde volta em 1925, sofrendo influências cubistas de Picasso e
Braque. Nesse período vai também à Itália, onde se toma de admiração pela
obra de Ticiano. Em 1929 executa os primeiros painéis modernos do Brasil
para o Teatro João Caetano, duas obras em que já revela seu estilo e sua
temática pessoal: um cubismo atenuado por curvas barrocas e motivos
populares como o samba e o carnaval.
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ATIVIDADES
PICTÓRICAS
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Volta a residir em Paris de 1935 a 1940, onde pinta
várias obras de temática brasileira ("Scène brélienne", 1937-1938, Musée
National d'Art Moderne, Paris), mas revelando certa influência da pintura
social dos mexicanos Rivera, Orozo e Siqueiros ("Ciganos", Museu Nacional
de Belas-Artes, Rio de Janeiro).
Em
1953, juntamente com Alfredo Volpi, ganha o prêmio Melhor Pintor
Nacional na "II Bienal de São Paulo" e em 1956 o primeiro prêmio da
"Mostra de Arte Sacra", em Trieste.
Em
1960 conquista a medalha de ouro da "II Bienal Interamericana do México".
Em ouubro de 1971 é realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo uma
grande retrospectiva de sua obra.
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ATIVIDADES VARIADAS
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Também executou tapetes (Palácio da Alvorada,
Brasília), joias para a firma Lucien, no Rio de Janeiro, e escreveu dois
livros de memórias: Viagem da minha vida (1955) e
Reminiscências de um perfeito carioca (1964). Dentre diversos
álbuns seus, quase todos com peças feitas adrede para os mesmos, citem-se
Páginas de um álbum de notívago e Realidade Brasileira.
Di
Cavalcanci, apesar da influência cubista e, às vezes, surrealista, é um
dos mais típicos pintores brasileiros pela sua temática popular, que
inclui o carnaval carioca ("Carnaval", 1965, Col. Manel Teperman, São
Paulo), mulatas sensuais ("Duas Mulatas, 1961; Col. José Carvalho, Rio de
Janeiro), paisagens de subúrbios cariocas ("rua de São Cristóvão, 1955);
Col. Tavares da Silva, Rio de Janeiro), naturezas-mortas com frutas
tropicais.
Suas
cores vivas são as de um pintor dos trópicos. Sua arte coerente revela
evolução, mas não transformações radicais, situando-o como um dos maiores
pintores brasileiros de todos os tempos.
Fonte: Enciclopédia
Mirador Internacional, Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
Ltda.
São Paulo, Rio de
Janeiro, Brasil, Volume 7, págs. 3317-18.
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