Cecconi4

Clauber Campos Cecconi

“Sou um eterno pesquisador, buscando lugares quietos ou perdidos no tempo, onde posso sonhar e construir meus castelos.
Buscando o verde musgo das florestas, das montanhas que se derramam pela perspectiva, tornando-se num verde azulado, encontrando-se no horizonte sempre com nuvens brancas no céu azul sem dimensões.
Buscando as flores sem dono, à beira do caminho, que enfeitam e dão graciosamente um aroma sutil ao que passa.
Buscando também o burburinho das pessoas sentadas nas pequenas mesas dos cafés ou restaurantes, com seus toldos coloridos estendidos abrigando-se do sol, totalmente indiferentes aos que passam ao redor.

Quantos negócios fechados e quantos amores desfeitos?
Buscando pessoas simples no cais do porto, com suas lutas no seu vai-e-vem! Carregando em seus ombros sacos e engradados pesados, às vezes

de sol a sol. e quantos vendo-me pintar dizem com um sorriso:

"Olha eu aí!"... "Tô no quadro do moço! "...
Buscando de várias formas resgatar a paisagem que a modernidade tenta apagar.

Por quê?.. Enquanto houver o azul do céu, uma vela triangular da jangada inflada ao sopro do vento dando-me a ilusão da tridimensionalidade e a empurrá-la rumo ao mar, com seus bravos jangadeiros, estarei buscando a fascinação das cores, o puro, a alegria e, sobretudo o amor.
Buscando na minha pintura uma realidade para transformá-la numa sinfonia".

(Cecconi)