Ofélia Torres
 
Mostra 2
 
 
 

Contemplação e Poesia

                                                          

            Ofélia Torres tem um diferencial como artista plástica por ter vivido alguns anos em Paris, viajado por lugares diferentes, ter tido a oportunidade de conviver com grandes mestres e deles receber conhecimentos, incentivos e heranças culturais, conseguindo, assim, agregar à sua bagagem informações que a levaram a ser profunda conhecedora das artes e do mundo diversificado do saber. Isto bem explica seu trabalho, sem, contudo, anular o jeito ingênuo e doce que se mistura à sua obra, sem compromisso com os padrões estabelecidos e que, por isso mesmo, tanto encanta.

            A cultura absorvida e os estudos em museus, as visitas orientadas e a busca pelos conhecimentos traduzem a soma do potencial que a artista foi adquirindo ao longo dos anos, o que a tornou, cada vez mais, pessoa especial, com conhecimentos múltiplos e canalizados para as expressões variadas que se dispôs a criar.

            Amante das poesias, Ofélia agrega esta linguagem a obras que resultam em um primor. Trabalhou com colagens, lápis, crayon, deu formas em esculturas usando como material básico até um simples miolo de cupim, tamanha a sua criatividade.

            A sensibilidade de Ofélia na leveza do seu ser ultrapassa os limites impostos ao ser humano, e ela, que não se prende a rótulos ou convenções, liberta-se. Esta sua liberdade, com seu espírito inquieto, tal qual andarilho, trouxe-a de volta para Minas.

            Proprietária de uma Chácara, onde a paisagem do topo do mundo que se descortina oferece momentos de contemplação e poesia e, certamente, faz aflorar  sensações únicas, permitindo a ela, singular artista expressionista e simbolista, extravasar todos os sentimentos transpostos para as telas, como o azul do céu e do mar, sua cor preferida.

            Ofélia Torres, autodidata da pintura, tem obra abstrata, delicada, descomprometida com o convencionalismo, espontânea e figurativa, onde predominam cores vivas, de características ingênuas.

            A sensibilidade da artista permite que ela descreva com pincéis uma conexão com grandes poetas que compartilham entendimento transcendente acerca de pessoas, emoções e locais, resultando assim em telas de rara beleza e harmonia de cores e brilhos.

            A apreciação de cada quadro, no contexto da concepção histórica das telas, nos acontecimentos, atos e fatos que se desenrolaram em tempos idos, agora se traduzem em sentimentos lançados em tintas a realçar o envolvimento da pesquisadora com suas emoções e nos sensibiliza ao ver o resultado.

            De suas andanças pelo mundo e retorno às raízes mineiras e, em particular, ao princípio da sua e da nossa própria história, de um projeto inacabado com o título de Estrada dos Inconfidentes vê agora, anos depois, a Estrada Real, em trecho de Tiradentes. Cidade de simbolismos históricos e, também profissionais diretamente ligados à artista, que provocaram a realização de uma série de quadros, em única mostra vinculando os temas à região.

           

Ivanise Junqueira Ferraz

Ensaista

Maio 2009 

 
 
Caminho de Santiago
 
Largo das Forras
 
Natureza Morta com Frutas
 
Libertas Quae Sera Tamen
 
No Caminho
 
Rendeiras
 
 
 
 
 
 

 

Fundo musical: 

Valsa dos Patinadores

 

 
 Produção:

 Mario Capelluto

sabercultural@sabercultural.com

http://www.sabercultural.org

 

 Arte e Formatação:

ZzCoutoSlides

http://www.zezecoutoslides.com/