A  SANTA  CEIA


 
 

Nos evangelhos, a "Última Ceia" (também chamada de "Ceia do Senhor" ou "Ceia Mística") foi a última refeição compartilhada por Jesus com os doze apóstolos antes de Sua morte e ressurreição. Leonardo da Vinci (1452-1519) imortalizou esse encontro num afresco para o refeitório do convento de "Santa Maria delle Grazie", em Milão (1492-1519).  Esse afresco sofreu agressões ao longo do tempo, desde a abertura de uma porta pelos padres até o bombardeio aéreo na Segunda Guerra Mundial.

Ao centro, Cristo é representado com os braços abertos, num gesto de resignação tranquila, formando o eixo central da composição. São representadas as figuras dos discípulos num ambiente que, do ponto de vista de perspectiva, é exato.

Os apóstolos se agrupam em quatro grupos de três, deixando Cristo relativamente isolado ao centro. Da esquerda para a direita (do ponto de vista de quem está diante da pintura), segundo as cabeças, estão no primeiro grupo: Bartolomeu, Tiago Menor e André; no segundo grupo Judas Iscariotes (cabelo branco inclinado contra o suposto João), Simão Pedro e João, este o único imberbe do grupo; Cristo ao centro; Tomé, Tiago Maior e Filipe (este também imberbe) e no quarto grupo estão Mateus (aparentemente com barba rala), Judas Tadeu, Simão Cananeu, também chamado de Simão, o Zelote, por último. Estas identificações provêm de um manuscrito de Leonardo da Vinci encontrado no século XIX.

 


 
 
 
EUCARISTIA
 
 

A Última Ceia ocorreu na véspera da morte de Jesus. O Novo Testamento narra que Jesus pegou o pão em Suas mãos, deu graças e disse aos Seus discípulos:

"Este é o meu corpo que será entregue a vós".

Do mesmo modo, ao fim da ceia, Ele pegou o cálice em Suas mãos, levantou e disse aos seus discípulos:

 "Este é o meu sangue, o sangue da vida que será derramado por vós".

Durante a Última Ceia, e em referência específica ao tomar o pão e o vinho, Jesus teria dito aos seus discípulos:

"Façam isso em memória de mim"

(1 Coríntios 11:23-26).

Outros eventos e diálogos foram gravados nos Evangelhos Sinóticos e no de São João. Todas as igrejas cristãs interpretam o descrito como a instituição da Eucaristia.

O vaso que era usado para servir o vinho ficou conhecido também como o "Cálice Sagrado", e tem sido um dos supostos objetos da literatura do "Santo Graal" na mitologia cristã.

 
 
 
 
CORPUS CHRISTI
 
 
 
"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna e, eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 55 - 59).
 
A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia - o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.
 

Origem da Celebração

A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal "Trasnsiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes.

A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.

 

No Brasil

No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.

A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.

A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.

Durante a Missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.

 

 
 
 
 

 
Fundo Musical:
 
Panis Angelicus
 
Panis angelicus é a penúltima estrofe do hino Sacris solemniis, composto por São Tomás de Aquino (c. 1225-1274) para a Festa de Corpus Cristi, como parte de uma liturgia completa da Festa, incluindo orações para a Missa e a Liturgia das Horas.
 
Intérpretes:
Andrea Bocelli e Vienna Boys Choir
 
Letra:
 
Panis Angelicus,
Fit panis honinum,
Dat panis cœlicus figuris terminum
 
O Res mirabilis!
Manducat Dominum,
Pauper, pauper servus et humilis!
Pauper, pauper servus et humilis!
 
 
Pesquisa, edição de texto, formatação:
Ida Aranha

 
 
 
 
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