Johann Wolfgang von
Goethe é considerado como a maior personalidade da literatura alemã, seu
maior poeta, grande também como dramaturgo, romancista e ensaísta; e são
notáveis suas obras autobiográficas, seus estudos de ciências naturais e
suas conversações, fielmente notadas, com amigos.
Para toda essa obra polimorfa vale o que o próprio Goethe dizia das suas poesias: são "ocasionais", isto é, ligadas aos acontecimentos de sua vida e a experiências pessoais, de modo que não é possível separar as obras e a vida. De família burguesa, culta e abastada, Goethe recebeu educação enciclopédica. Em 1765 matriculou-se na Universidade de Leipzig para estudar Direito. Conheceu literatos e artistas, envolveu-se em aventuras amorosas e escreveu poesias anacreônticas, à moda da época. Interrompidos os estudos por grave doença, matriculou-se em 1770 na Universidade de Strasbourg. Conheceu Herder, o grande crítico pré-romântico, que o iniciou na leitura de Shakespeare e lhe sugeriu passeios pelos campos da Alsácia, para colecionar canções populares. Amores e escritosA catedral
gótica de Strasbourg encheu-o de entusiasmo pela Idade Média alemã, quando
surgiu a primeira idéia de escrever o Fausto. Em 1772 apaixonou-se por
Charlotte Buff, noiva de um amigo íntimo, conflito que o abateu
profundamente. Procurando alívio no estudo do passado, escreveu "Götz von
Berlichingen", uma tragédia shakespeariana, glorificando a época das lutas
do tempo da Reforma. A peça obteve estrondoso sucesso.
A forte paixão por Charlotte ainda renderia outra obra: "Os sofrimentos do jovem Werther". Embora influenciado por "A nova Heloísa", de Rousseau, Goethe criou uma obra totalmente original, de permanente atualidade psicológica, cheia de sentimentalismo pré-romântico, mas elevada a alturas trágicas pelo desfecho, o suicídio de Werther. O romance obteve sucesso imenso e foi traduzido para todas as línguas. O jovem autor transformou-se em personalidade de fama internacional e foi convidado a fixar residência em Weimar, nomeado ministro do pequeno ducado, e recebeu título de nobreza. As relações de Goethe com Charlotte von Stein, sua nova amante, mulher altamente sofisticada, inspiraram-lhe nova série de poesias líricas. Mas não são eróticas. São grandes odes em versos livres, manifestações de um idealismo estético e moral. Ou, então, graves meditações em estilo hermético - e também pequenos poemas. São as mais belas poesias líricas da literatura alemã, mas dificilmente traduzíveis e por isso menos conhecidas no estrangeiro. Elas desmentem a tese de que Goethe teria sido mais ensaísta que poeta. Romantismo e classicismoSentindo
necessidade de sair do pré-romantismo, pela contemplação das obras de arte
da Antiguidade clássica, Goethe viajou em 1786 para a Itália, onde
ficou até 1788, principalmente em Roma. Seus estudos de arte o tornaram um
classicista ortodoxo, à maneira de Winckelmann.
De volta a Weimar, Goethe publicou Fausto - um fragmento, terminando definitivamente a fase pré-romântica de sua vida. A tragédia Torquato Tasso, de 1790, resume suas experiências na corte: é a renúncia ao idealismo poético e a adoção de uma atitude realista ante as exigências da vida. Goethe torna-se realista. Assume, então, a direção do teatro de Weimar, criando um repertório em que predomina Shakespeare. Dedica-se cada vez mais às ciências naturais, sobretudo à botânica e à óptica. A Revolução Francesa ameaçava destruir os fundamentos de sua existência aristocrática de esteta culto. Assistindo, em 1792, a primeira derrota dos exércitos monárquicos pelos revolucionários franceses, em Valmy, ele diagnostica com acerto a situação histórica, dizendo: "Daqui e hoje começa uma nova época da história universal". Em 1794 começam as relações de amizade com Schiller. Lê as obras de Kant. Aprofunda, filosoficamente, o seu classicismo. É desse período o romance "Os anos de aprendizagem de Wilhelm Meister", um romance de formação de um jovem poeta que se torna realista amadurecido. Em 1805 escreve, em prosa clássica, "Winckelmann e seu século", espécie de manifesto do classicismo. Em 1808, publica a primeira parte do "Fausto". Nessa versão definitiva, a obra começa com as meditações metafísicas de "Fausto", que formam um dos mais profundos poemas filosóficos da literatura universal. Goethe manteve, inicialmente boa relação com os românticos, principalmente com com August Wilhelm Schlegel e com Friedrich Schlegel. Mas não estava de acordo nem com as tendências cristianizantes nem com a preferência pela Idade Média em detrimento do classicismo pagão. Separando-se dos românticos, acentua seu relativo realismo. Novos amoresParece que
acreditava terminada sua carreira literária, quando a paixão pela linda
Marianne von Willemer lhe inspirou "O divã ocidental-oriental", volume de
poesias eróticas e filosóficas, cheias de paixão violenta e de
anticristianismo decidido. São os poemas mais belos que Goethe escreveu.
A velhice de Goethe, que se havia transformado em ídolo literário do mundo, incondicionalmente idolatrado, pertence às tentativas de encontrar a continuação do "Fausto" e à elaboração do romance "Anos de viagens de Wilhelm Meisters", publicado a partir de 1821, obra em que Goethe resume seu ideal de formação total da cultura do indivíduo, sonhando com uma utópica sociedade educativa para esse fim, a "província pedagógica". São os anos em que Goethe conversava diariamente, sobre todos os assuntos possíveis, com seu secretário, Johann Peter Eckermann (1791-1854), que publicou em 1837 suas notas sob o título de "Conversações com Goethe", obra da mais alta sabedoria, revelando também o interesse do poeta pelas novas tendências literárias e seu ideal de uma comunidade literária de todas as nações. A calma desses últimos anos foi perturbada pela repentina paixão erótica do homem de 70 anos pela jovem Ulrike von Levetzow. A resignação inevitável produziu o comovente poema "Elegia de Marienbad". Goethe dedicou o resto de sua vida à elaboração da segunda parte do "Fausto", que foi concluída em 1830, mas publicada só depois da morte do poeta. Fonte: Enciclopédia Mirador
Internacional
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Original da poesia de Goethe
sobre o Ginko Biloba, planta que cultivava no seu
jardim.
O Ginkgo Biloba ficou famoso
depois da Segunda Guerra Mundial, pois sobreviveu à radiação em Hiroshima,
brotando no solo da cidade devastada. A planta tem sido usada na
medicina alternativa, em combate aos radicais livres. Também parece
auxiliar na oxigenação cerebral.
Goethe tinha um ginkgo
biloba no jardim de sua casa e escreveu um poema sobre a
árvore.
A tradução em português
é de Flávio Demberg, com base
em uma versão em inglês, extraída de http://www.xs4all.nl/~kwanten/goethe.htm
Outras
referências:
GINKGO
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EM
PORTUGUÊS
Essa folha de uma árvore do
Oriente
Brotou em meu
jardim
Ela revela certo
segredo
Que me atrai e às pessoas
contemplativas
Ela representa Uma só
criatura
Que a si mesmo se
dividiu?
Ou são duas, que
decidiram
Que Uma deveriam
ser?
Para responder a essa
questão,
Descobri a resposta
certa:
Nota que em minhas canções e
em meus versos
Sou Um e sou
Dois?
EM
INGLÊS
This leaf from a tree in the
East, Does it represent One living
creature To reply to such a
Question, EM
ALEMÃO
Dieses Baums Blatt, der von
Osten
Meinem Garten
anvertraut,
Gibt geheimen Sinn zu
kosten,
Wie's den Wissenden
erbaut.
Ist es ein lebendig
Wesen,
Das sich in sich selbst
getrennt?
Sind es zwei, die sich
erlesen,
Dasz man sie als Eines
kennt?
Solche Frage zu
erwidern,
Fand ich wohl den rechten
Sinn:
Fühlst du nicht an meinen
Liedern,
Dasz ich Eins und doppelt
bin?
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Fundo
Musical:
Cavalgada das Valquírias (em
alemão: Walkürenritt) é o termo popular para o início do ato III da ópera
Die Walküre (A Valquíria) de
Richard Wagner,
1813-1883
Imagem do original da
poesia, tradução e textos:
Flávio
Demberg
Produção e
Formatação:
Ida
Aranha
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