GIAN
LORENZO BERNINI
Mitologia
O Rapto de
Prosérpina |
O Rapto de
Prosérpina
Mitologia
O Rapto de Prosérpina é uma escultura de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), considerado um dos maiores artistas do século XVII, tendo seu trabalho quase todo centrado na cidade de Roma. Proserpina ou Prosérpina (correspondente na Grécia a Perséfone) é filha de Júpiter com Ceres, uma das mais belas deusas de Roma. Enquanto colhia flores, foi raptada por Plutão que a fez sua esposa. Sua mãe, desesperada com o desaparecimento da filha, caiu numa fúria terrível, destruindo as colheitas e as terras. Somente a pedido de Júpiter, acedeu a devolver a vida às plantas, exigindo, no entanto, que Plutão lhe devolvesse a filha. Como, por um ardil deste último, Prosérpina havia comido seis bagos de romã - o que não lhe tinha sido permitido - não poderia abandonar o submundo de forma definitiva. Acabou por se encontrar uma solução do agrado de todos: Prosérpina passaria metade do ano debaixo da terra, no submundo, na companhia do marido - corresponde essa época ao Inverno, quando Ceres, desolada, descuida a Natureza, deixando morrer as plantas - e a outra metade do ano à superfície, na companhia da mãe - corresponde essa época ao Verão, quando a Natureza renasce, fruto da alegria de Ceres. Os romanos dedicavam a essa deusa um festival realizado no dia 31 de maio. Essa escultura
de mármore possui elementos do Barroco,
um termo de
origem espanhola aplicado para designar
pérolas de forma irregular. Suas características são: o predomínio das linhas curvas e dos drapeados das vestes; os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida anteriormente no Renascimento. Essa obra
apresenta um contraposto retorcido e em tamanho natural.
São notáveis a
representação de detalhes: Prosérpina empurra a cabeça de
Plutão
enquanto este aperta a pele macia de Prosérpina para tentar imobilizá-la.
Ela, confusa e
desesperada, luta para se livrar do abraço.
Atrás das
figuras, uma testemunha desse momento
de paixão e terror, Cérbero, o cão de três cabeças que guarda a entrada do
mundo obscuro.
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