As Meninas Cahen d'Anvers - Rosa e Azul
Pierre Auguste Renoir
 
 
 
 
 
O quadro "As Meninas Cahen d'Anvers" (conhecido como "Rosa e Azul"), pintado por Renoir em 1881, com 119x74 cm,  foi encomendado pelo banqueiro Louis Raphael Cahen d'Anvers, pai das meninas que aparecem no quadro - Alice e Elisabeth Cahen d'Anvers.
 
A família do banqueiro não gostou do resultado e o quadro ficou esquecido, escondido em um lugar qualquer obscuro da casa e só muitos anos depois foi redescoberto.
 
 
 
Análise da Obra

Por Percival Tirapeli - Professor de Estética e História da Arte da UNESP

Além de ser uma obra-prima, Rosa e Azul sintetiza algumas das preferências de Renoir. O nome remete às tonalidades que estarão presentes em muitas das telas, sendo suas cores favoritas.

Além disso, o quadro apresenta uma mistura de técnicas que marca muito o trabalho de Renoir. Temos aqui três momentos bem distintos, criados com três técnicas diferentes. O primeiro deles é o rosto polido das meninas, praticamente sem sombras, muito bem trabalhado e de forma bem arredondada.

Em seguida, percebe-se a tinta gorda esticada com um pincel chato que dá todo o volume e textura do cinturões dos vestidos.

O terceiro momento é a sensação causada pela textura do vestido, pelo qual ele deixa transparecer a estrutura do corpo das meninas.

Neste caso, ele aplica a técnica do pontilhismo - muito usada por seu amigo Alfred Sisley (1839-1899) - os tons são divididos em semitons e lançados na tela em pequeninos pontos visíveis de perto, mas que se fundem na visão do espectador ao serem vistos a distância.

Este quadro demonstra ainda toda a energia de vida que Renoir sempre quis retratar em suas obras. 
 

Fonte: www.maguetas.com.br/impressionismo/rosa-e-azul

 

 

 
 
 
O quadro "Rosa e Azul" exposto no MASP, em São Paulo, SP
 
 
 
A obra pertence ao acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo, SP,  adquirida por Assis Chateaubriand, fundador do Museu.
 
Há um texto exposto ao lado do quadro onde se lê:
 
"Renoir, pintando Rosa e Azul, mostra na vibração da superfície e das cores vivas que compõem os vestidos das meninas toda a vivacidade e a graça instintivamente feminina que se esconde atrás da convenção da pose, todo o frescor e a candura da infância. As meninas quase se materializam diante de observador, a de azul com o seu ar vaidoso e a de rosa com um certo enfado, quase beirando as lágrimas."
 
 
 
 
 
 
Auto-retrato
 
 
PIERRE AUGUSTE RENOIR
 
 
1841 - 25 de fevereiro, nasce em Limoges, França.
1845 - mudança da família para Paris.
1855 - Pierre Renoir inicia a aprendizagem de decoração em porcelana.
1858 - primeira mudança de "profissão": Renoir pinta os tecidos estampados,
1862 - inscrito e admitido na Escola de Belas-Artes, inicia o estágio no ateliê do pintor
         Gloeyre; primeiros contatos com Monet, Sisley, Bazille e outros jovens.
1866 - primeiros quadros, ainda sob influência de Courbet; primeiros fracassos:
         seu "Hospedaria da Mãe Anthony" é rejeitado pelo Salão Oficial.
1868 - seu quadro "Lise" é aceito pelo Salão.
1869 - primeiras tentativas de abandono da escola oficial pelos jovens pintores;
         trabalhos com Monet.
1870 - Renoir soldado: participa da guerra franco-prussiana.
1874 - organiza e participa da primeira exposição dos jovens chamados
         "impressionistas"; morre-lhe o pai.
1876, 77, 79 - exposições dos impressionistas.
1880 - casa-se com seu modelo Aline Charigot.
1881 - viajem à Itália onde aprimora o seu estilo.
1883 - primeira exposição particular.
1885 - nasce-lhe o filho Pierre, futuro ator, falecido em 1952.
1892 - reconhecimento oficial da nova pintura; o Governo francês adquire um quadro
         seu; viajem à Espanha.
1894 - nasce-lhe o filho Jean, depois famoso diretor de cinema.
1896 - morre-lhe a mãe; viajem para Bayreuth, Alemanha.
1897 - quebra o braço numa queda de bicicleta.
1898 - é atacado por reumatismo; passa invernos no Sul.
1905 - fixa sua residência em Cagnes, na França meridional.
1908 - só consegue andar de bengala.
1912 - pinta sentado, com pincéis amarrados aos dedos.
1914-15 - Primeira Guerra Mundial; seus dois filhos feridos na frente de batalha;
        morte da esposa.
1919 - seus quadros são aceitos pelo Museu do Louvre, ao lado das obras dos mestres
         que tanto amava; 3 de dezembro, morre, em Cagnes.
 
Fonte: Gênios da Pintura, Abril Cultural S.A., São Paulo, SP.
 
 
 
 
 
 
Fundo Musical:
Danúbio Azul
Johann Strauss II, *1825  +1899
 
Pesquisa e Formatação:
Mario Capelluto e Ida Aranha