Artemisia Gentileschi, a filha de Orazio
Gentileschi (1563-1639) foi uma das maiores seguidoras de
Caravaggio e uma grande personalidade. Era precocemente bem
dotada, conseguiu destaque na Europa e teve uma vida
de independência rara para uma mulher daquela época.
Nascida em Roma, em 1593, trabalhou principalmente lá e
em Florença, até que se radicou em Nápoles em 1630, além de
ter ido à Inglaterra visitar seu pai, de 1638 a 1640.
Em 1610 Artemisia pintou seu primeiro trabalho datado e
assinado: Susanna and the Elders. Em fevereiro ou no
princípio de março de 1612, Agostino Tassi, seu professor de
perspectiva, foi acusado de tê-la estuprado e subseqüentemente
julgado e preso. Em julho Orazio escreveu à Grande Duquesa da
Toscana elogiando a mestria artística de Artemisia e
requerendo o cumprimento da sentença de Tassi. Talvez para
mitigar sua situação difícil, ao fim daquele ano ela casou com
o florentino Pierantonio Stiattesi, saiu de Roma e mudou-se
para a capital da Toscana.
A data de alguns dos seus trabalhos mais elogiados
permanece controversa. Entre esses inclue-se Judith
Beheading Holofernes (em Nápoles e sua última
variante no Palácio Uffizi, Florença), a resposta à
interpretação canônica de Caravaggio sobre o tema
Lucretia (Pagano Collection, Genoa)
e Judit and her Maiservant (Galleria Palatina,
Florence). Artemisia assinava Lomi, o sobrenome real do
seu pai, nos trabalhos florentinos tais como Gael and
Sisera (1620, Museum of Fine Arts,
Budapest). Grandemente considerada, ela foi aceita
como o primeiro elemento feminino na Accademia del
Disegno em 1616. A biografia sucinta de Baldinucci
descreve sua atividade prolífica como retratista, embora
poucos quadros tenham restado.
Em 1620 Artemisia escreveu a Cosimo II de
Medici informando-lhe sobre a intenção de ir a Roma,
e há documentação desse fato em 1621 e novamente entre
1622 e 1626. Em 1627 ela estava em Veneza, mas mais
tarde radicou-se em Nápoles, onde assinou seu mais antigo
trabalho napolitano seguramente datado, The
Annunciation (1630, Museo di
Capodimonte, Naples). Parece que morou lá
até sua morte, em 1651, com exceção de uma temporada na
Inglaterra, de 1638 a 1640, para dar assistência ao seu pai já
idoso.