BIOGRAFIA VIDA Pintor
francês, Edgar Hilaire Germain de Gas ou Edgar Degas nasceu em Paris, em 19 de
junho de 1834, onde morreu em 27 de setembro de 1917. Seus pais pertenciam à
alta burguesia, o que lhe deu independência econômica. Em 1855 entrou na École des Beaux-Arts na classe de Louis Lamothe (1822-1869), um
dos alunos preferidos de Ingres. De 1856 a 1860 estagiou na Itália, estudando
a pintura do Quattrocento e, na sua volta, orientou-se para a pintura
de História, fazendo alguns quadros nesse gênero. Conheceu Manet, que depois
o apresentou a outros impressionistas, como Monet, Renoir e Pissarro. A
partir de 1870 sua arte sofre a influência da visão naturalista e da técnica
de cores claras do Impressionismo, assim como da perspectiva paralela, de
horizonte elevado, das estampas japonesas. A partir de 1871 cada vez mais se
interessa pelas cenas do cotidiano parisiense, em vez das paisagens rurais
dos impressionistas; pintou espetáculos em circos, nos cafés-concertos, nas
ruas ou na intimidade dos lares. Da mesma maneira fixa o labor diário e
pesado das mulheres do povo, a intimidade de figuras femininas no banho, a
decadência de uma pequena burguesia que se dilui no vício da bebida. Pinta e
desenha a pastel e crayon dezenas de quadros sobre os espetáculos de balé no Opéra, de Paris. Seu
caráter misógino, sua visão que se enfraquece, isola-o cada vez mais do
convívio humano, principalmente quando, em 1900, quase cego, não mais sai de
casa, limitando-se quase tão-só à pintura em pastel, ao desenho, à gravura e
à escultura em cera. Sua morte, ocorrida em plena Primeira Guerra Mundial,
passou quase despercebida. OBRA
Dominado pelo desejo de penetrar na vida moderna, gostando de corridas de
cavalos, de espetáculos teatrais de toda ordem, devido a seu gênio observador
e seu dom de fixar os movimentos em ação, Degas abandonou a carreira de
pintor acadêmico. Procurou fixar, usando a cor impressionista para enfeixá-la
e subordiná-la ao desenho das silhuetas, o que seu espírito sentia de
interesse pela atitude e figura humanas, principalmente as da mulher. Em
cores sóbrias, mas transparentes e leves em sua luminosidade, em pinceladas
sutis e separadas, criou seu próprio estilo, que, se deve alguma coisa ao
Impressionismo, também deve ao Realismo e mais ainda à sua visão inteiramente
original. Antes
de 1870, seu amor à observação psicológica dos indivíduos e à composição
clássica já se observa em seus retratos, principalmente os de grupos de
família ("Retrato da família Belleli", 1860-1862; Louvre, Paris),
com a superfície das telas rigorosamente dividida em compartimentos
harmônicos em relação ao todo. Em 1865, com sua tela "La Femme aux chrysantèmes" ("Mulher com crisântemos, Metropolitan Museum, New York), Degas inicia uma maneira tipicamente sua de
pintar a composição descentrada (a figura principal num dos cantos do quadro
e às vezes aparecendo só em parte), que manterá durante toda a sua vida. A
isso acrescenta ainda uma nova intensidade nos planos, ora valorizando
intensamente o primeiro plano, ora o último, "L'Orchestre de l'Opéra" (1868-1869; "A Orquestra
da Ópera", Louvre, Paris); "Le Café des Ambassadeurs" (1876-1877; "O Café dos Embaixadores", Musée de Lyon). Ao
mesmo tempo, recorre a um novo tipo de perspectiva com o ponto de fuga e o
horizonte mais elevados (como nas estampas japonesas) ou com o ângulo de
visão visto do alto, acrescentando ainda cortes audaciosos, como se as cenas
fossem observadas do alto das frisas, com binóculos. As cenas de
ensaios e de espetáculos e balé: "Le Foyer de la danse à l'Opéra" (1872; Louvre, Paris); "La Répetition de danse" (1875-1877; "O Ensaio de
dança", Tate
Gallery,
Londres), pela leveza dos movimentos, delicadeza das cores e capacidade de
apreender a atmosfera feérica e graciosa dos balés e das bailarinas,
valeram-lhe o nome de "pintor das bailarinas". A
viagem a New Orleans resultou em uma de suas obras-primas realistas, de
claro-escuro sóbrio, de desenho magistral, que sublinha o caráter psicológico
dos retratados: é a tela "Le Bureau de coton" (1873; "O Escritório do algodão",
Musée de Pau). Sob a
influência dos escritos de Émile Zola e de Octave Mirbeau, a partir de 1876,
Degas pintou cenas da degradação social e do trabalho fatigante das mulheres,
que o aproximam, em intenção, de um pintor do Realismo social. O vício é
retratado em "L'Absinthe" (1876; "O Absinto", Louvre,
Paris); o exaustivo e penoso trabalho feminino é representado em telas como
"Les Repasseuses" (c. 1884; "As Passadeiras de
roupa", Louvre, Paris). A óleo, pastel, guache e desenho, Degas
elaborou, na década de 1880, mulheres nuas, em atitudes íntimas, vistas de
ângulos insólitos: "Le Tub" (1886; "A Bacia", Louvre, Paris); "La sortie du bain" (1895; "A Saída do Banho",
Col. Victor Lyon, Paris). Entre
1877 e 1878 Degas freqüentemente abandona sua paleta discreta, recorrendo a
cores violentas em pinceladas bem separadas e desenhos de escorços
audaciosos. A partir de 1894, com a vista extremamente enfraquecida, trabalha
quase somente em pastel e desenhos copiados de fotografias, assim como em
estatuetas de bailarinas feitas em cera. A obra
de Degas é a de um realista que se interessa pela visão de seu tempo, assim
como pelas suas últimas pesquisas técnicas, mas nunca renegando sua admiração
pelo desenho clássico de procedência de Ingres. Dos impressionistas só
aproveitou a liberdade inventiva, a visão colorista. Sua arte de realista à
sua maneira, e não à maneira de Courbet ou de Manet, representa uma extensão
feliz e inovadora do neoclassicismo de Ingres e uma surpreeendente
antecipação da visão dinâmica das cenas que, só muito mais tarde, a
fotografia e o cinema iriam realizar. |
At the Races, 1877-1880 |
Madame Valpincon with Chrysanthemums, 1865 |
Portrait in a New Orleans Cotton Office, 1873 |
Rehearsal on the Stage, 1878-79 |
Dancers in Pink, 1880-85 |
The Dance Class, 1873-76 |
Fundo Musical: Swan Lake, Opus 20 Piotr Ilitch Tchaikovski , 1840-1893 Produção e Formatação: Mario Capelluto e Ida Aranha
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