JEAN-ANTOINE
WATTEAU
I
BIOGRAFIA
VIDA
Pintor francês,
Jean-Antoine Watteau nasceu em Velenciennes a 10 de outubro de 1684 e
morreu em Nogent a 18 de julho de 1721. De sua terra na Picardie chegou a
Paris, vivendo em extrema pobreza. O grande decorador Gérard Audran
(1640-1703) ocupou-o na ornamentação do Palais Luxembourg; o
fantastico artista gráfico Claude Gillot (1673-1722) introduziu-o no mundo
do teatro; mas na academia o jovem artista não obtinha sucesso. Enfim, o
grande mecenas Croozat convidou-o para participar das festas feéricas que
dava no parque de Montmorency. Para pintá-las, Watteau estudou os desenhos
de Rubens e dos mestres venezianos (Ticiano, Paolo Veronese). Com o quadro
que representa uma festa imaginária, "L'Embarquement pour
Cythère" ("O Embarque para Citera"), o pintor foi recebido pela
Academia em 1717.
Watteau não foi,
porém, um participante ativo daquelas festas galantes; foi um expectador
maravilhado, quieto e tímido. Foi um artista retraído no meio da
libertinagem da Régence, um silencioso entre causeurs
espirituosos. Com 35 anos de idade a tuberculose já o tinha atingido,
e foi o marchand Gersaint, vendedor dos seus quadros, que o
ajudou até a hora da agonia.
OS
PERSONAGENS
Watteau aprendeu
com Audran o estilo rococó e com Gillot o espírito fantástico,
onírico, mas seus mestres, propriamente, são Rubens e os
venezianos. Contudo, sua arte revela pouco essas origens: é
tipicamente francesa, pela extrema delicadeza das linhas e da atmosfera; e
reflete sua época da galanteria, transfigurando-a, criando uma arte
intemporal. No centro dessa arte está a mulher. Mas, diferente dos seus
mestres , não gosta de mostrá-la nua: "O Juízo de Paris" (Louvre) e
"Júpiter e Antíope" (Louvre), muito no estilo de Rubens, são das raras
exceções.
Os personagens
masculinos, como aquele "Indifférent" ou o "Mezzetin"
(Ermitage, Leningrado), são mais retraídos, sobretudo o maravilhoso
"Gilles" (Louvre), em que Watteau parece retratar sua própria
atitude em face da vida dos outros. O encontro dos sexos sempre é, apenas,
delicadamente esboçado: a "Serenata" (Musée Condé, Chantilly), "A
Lição de amor" (Svenska Nasjonalmuseet, Estocolmo). Só o
"Faux Pas" (Louvre) alude diretamente ao contato.
Muitas vezes, os
personagens pertencem ao teatro, isto é, para Watteau, à commedia
dell'arte: "Arlequim e Colombina" (Wallace Collection,
Londres), o "Teatro francês" (National Gallery, Washington) e o
"Teatro italiano" (ibid.).
AS
FESTAS
As cenas no palco
repetem-se na sociedade: Watteau já foi em vida celebrado como o pintor ds
'festas galantes'. Mas há no "Parque de St. Coud" (Prado, Madri) e no
"Casamento campestre" (ibid.), e na "Festa Veneziana" (National
Gallery of Scotland, Edinburgh), algo de caracteristicamente irreal,
de apenas sonhado, que faz também o encanto da obra-prima do pintor: "O
Embarque para Citera" (Louvre), com sua maravilhosa paisagem no fundo,
obra que parece tradução de um dos misteriosos quadros de Giorgione para a
linguagem do Rococó, certamente uma das mais intensas criações da arte
francesa.
O
FIM
O último quadro
que Watteau pintou, parece completamente diferente de todos os
outros: "L'Enseigne de Gersaint" ("A Tabuleta de Gersaint";
Schlossmuseum Charlottenburg, Berlim): é a loja do seu protetor
em que as obras de arte se vendem aos que entendem dela e aos outros. No
momento da morte, o artista sonhador encontra o contacto com a dura
realidade, mas sabe transfigurá-la de tal maneira que o lugar do comércio
se transforma em inverossímil 'festa veneziana": foi o último sonho de
Watteau.
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A Halt
During the Chase - 1720 |
Fêtes
Vénitiennes - 1718-19 |
Italian Comedians -
1720 |
Les
Champs Elysées -1717-18 |
Merry Company in the Open Air -
1716-19 |
Fundo Musical:
Waltz in
C-sharp, Op. 64, Nº2
Frédéric
François Chopin, *1810 +1849)
Produção e
Formatação:
Mario Capelluto e Ida
Aranha
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